Medicina de Família e Comunidade

A Medicina de Família e Comunidade (MFC) é uma especialidade que cuida de pessoas em toda a sua complexidade. Seu foco não está apenas na doença, mas na pessoa como um todo — em diferentes fases da vida, em distintos contextos e independentemente da condição de saúde. É uma medicina que integra, orienta e acompanha de maneira contínua.

Ao longo da minha formação e prática como Médico de Família e Comunidade, vivenciei como essa abordagem é capaz de resolver até 90% dos problemas de saúde, evitando encaminhamentos desnecessários e garantindo um cuidado mais eficiente, humano e resolutivo.

A MFC se destaca pelo acompanhamento longitudinal: seguir a pessoa ao longo do tempo, criar vínculo, conhecer sua história e construir confiança. Essa proximidade favorece a adesão aos tratamentos, evita excessos diagnósticos e terapêuticos e impacta positivamente os resultados de saúde.

Durante a trajetória de cuidado, muitas pessoas acabam passando por vários especialistas como: cardiologistas, pneumologistas, alergistas, endocrinologistas, dermatologistas, entre outros. Cada um tem um olhar importante, mas focado em apenas uma parte do organismo. Quando o paciente apresenta múltiplas condições, essa fragmentação pode resultar em diagnósticos desconectados, tratamentos que não conversam entre si e até intervenções desnecessárias, gerando confusão, ansiedade e piora do quadro.

É nesse cenário que o Médico de Família e Comunidade se torna fundamental. Somos treinados para coordenar o cuidado, integrar informações, avaliar riscos e ajustar tratamentos de forma segura e racional. Atuamos como o ponto de referência do paciente: organizamos as condutas dos especialistas, evitamos excesso de medicamentos, prevenimos interações perigosas e garantimos uma visão global e coerente da saúde.

Quando surge um novo problema, o ideal é que o primeiro atendimento seja realizado pelo Médico de Família e Comunidade. Caso seja realmente necessário, o encaminhamento para o especialista é feito de forma racional e o paciente retorna para que o cuidado continue integrado, contínuo e seguro.

Essa é a essência da medicina que pratico: um cuidado próximo, acessível, resolutivo e centrado nas pessoas.